A Desinformação na Estratégia do Chega

A Desinformação na Estratégia do Chega

Circulando à velocidade da luz, a desinformação surge como uma das maiores ameaças às democracias contemporâneas. O fenómeno não é novo, mas a sua escala e impacto têm aumentado exponencialmente com o advento das redes sociais e aplicações.  Essa desinformação tem sido utilizada estrategicamente por partidos como o Chega para o seu crescimento ao usar a proliferação de notícias falsas e teorias da conspiração.

Este crescimento não é um fenómeno isolado e reflete uma tendência global em que partidos com agendas populistas e autoritárias capitalizam a desinformação  para desestabilizar o tecido social e fortalecer a base do seu apoio. O Chega tem demonstrado ser um exímio produtor da desinformação nas plataformas digitais. 

A sua estratégia, como a de outros partidos semelhantes, envolve a manipulação da informação para criar um estado de desconfiança generalizada nas instituições tradicionais, como a imprensa e o sistema judicial. Utilizando plataformas como Facebook, Twitter, e especialmente WhatsApp e Tik-Tok, a disseminação de conteúdos distorcidos ou completamente falsos visa moldar a percepção pública a favor de suas narrativas, frequentemente polarizadas e discriminatórias.

Esta tática não se limita apenas à promoção de ideias alinhadas com sua agenda política; vai mais longe, buscando desacreditar opositores e críticos através de campanhas de difamação baseadas em informações falsas ou tiradas de contexto. O resultado é um ambiente político cada vez mais dividido e crispado, onde o diálogo e o consenso tornam-se quase impossíveis.

A desinformação serve assim como uma ferramenta de duplo propósito para o Chega: reforça a coesão entre seus seguidores, criando uma “realidade alternativa” onde suas políticas e liderança são inquestionáveis, e simultaneamente corrói a confiança no sistema democrático e suas instituições. 

Este ciclo vicioso de desinformação e polarização representa um desafio significativo não apenas para Portugal, mas para democracias em todo o mundo. Confrontados com esta realidade, é imperativo que sociedades democráticas desenvolvam estratégias robustas para combater a desinformação. Isso passa não apenas pela regulação das plataformas digitais e a promoção de literacia mediática entre a população, mas também pelo fortalecimento das instituições democráticas e o fortalecimento de uma imprensa livre e independente. 

Afinal, numa era de informação ilimitada, a verdade e a transparência devem ser os pilares sobre os quais construímos nosso futuro coletivo.

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