Contexto Global:
O fenómeno da extrema-direita, outrora visto como isolado e marginal, tem demonstrado um crescimento alarmante a nível global. Numa recente conferência, especialistas, incluindo a jornalista brasileira Andrea GP, destacaram a expansão transnacional de movimentos religiosos de extrema-direita e a emergência de coalizões internacionais. Andrea, associada à Universidade de Fogo em Berlim, enfatiza a importância desta investigação, dada a influência crescente desses movimentos no cenário político global.
O Caso Americano:
Luke O’Brien, jornalista investigativo, dedicou-se ao estudo da Insurreição de 6 de Janeiro de 2021 em Washington e da campanha de desinformação ‘Stop the Steal’. Ele expõe como esses eventos, longe de serem espontâneos, resultaram de uma orquestração meticulosa e de campanhas de desinformação bem planeadas. A sua pesquisa revela conexões entre a extrema-direita americana e movimentos similares em outros países.
Paralelos no Brasil:
Natalia, diretora executiva da Agência Pública no Brasil, compara os ataques antidemocráticos no Brasil e nos EUA, notando semelhanças preocupantes. Ela aponta para a criação de narrativas de fraude eleitoral, iniciadas bem antes das eleições pelos líderes de extrema-direita, como uma tática comum. Natalia destaca a manipulação da mídia social e a propagação de desinformação como ferramentas chave usadas por esses movimentos para mobilizar seus seguidores.
Conexões Transnacionais:
Um aspecto crucial discutido é a conexão entre atores políticos dos EUA e do Brasil. Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, é mencionado como figura central nestas interações transnacionais, tendo estabelecido laços estreitos com aliados de Trump. Estas ligações sugerem uma coordenação estratégica e o compartilhamento de táticas entre os movimentos de extrema-direita nos dois países.
Desafios para o Jornalismo:
Os jornalistas presentes no painel enfatizaram a complexidade de cobrir movimentos de extrema-direita, dada a sua natureza frequentemente oculta e o uso estratégico da desinformação. Eles recomendam uma combinação de reportagem tradicional com análise de dados e colaboração com especialistas em tecnologia e acadêmicos para desvendar e compreender essas redes complexas.
Reflexão Final:
Este painel revelou não apenas a ascensão da extrema-direita como um fenómeno global, mas também a importância crítica de um jornalismo investigativo robusto e meticuloso para expor e combater as estratégias e influências desses movimentos. À medida que a extrema-direita se torna mais interconectada globalmente, o jornalismo enfrenta o desafio de rastrear e reportar essas complexas redes de influência e desinformação.
Leave a Reply